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Agência de Notícias

Rodas de conversa marcam a Semana de Acessibilidade e Inclusão do PJBA
2 de setembro de 2022 às 16:45
Rodas de conversa marcam a Semana de Acessibilidade e Inclusão do PJBA

Iniciada na quarta-feira (31), a Semana de Acessibilidade e Inclusão chegou ao fim hoje (2). Ao longo dos três dias, integrantes da Comissão de Acessibilidade do Poder Judiciário da Bahia (PJBA) receberam convidados em rodas de conversa, as quais abordaram questões sensíveis e caras às pessoas com deficiência (PCDs).

O primeiro bate-papo contou com a participação do Presidente da Associação Baiana de Cegos, Everaldo Neris, e teve como tema central os desafios enfrentados por PCDs e, sobretudo, a barreira atitudinal.
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Dando sequência à programação, na quinta-feira (1), foi a vez de falar sobre a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Diretor do Instituto Inserir – entidade sem fins lucrativos que atua na defesa dos direitos e presta assistência integral às pessoas com deficiência de qualquer natureza – Jaime Córdova foi um dos convidados do dia. Na oportunidade, Jaime, que fundou a instituição após o nascimento de seu filho Nicholas, que tem Síndrome de Down, falou a respeito do desenvolvimento individual nas instituições com vistas a preparar funcionários para inclusão de PCDs. 

“O emprego assistido vai muito além da acessibilidade. A acessibilidade é lei e a empresa tem que estar preparada para receber uma pessoa com deficiência, porém, nem todos estão preparados para lidar com as pessoas com deficiência”, pontuou Jaime, explicando, em seguida, sobre o emprego e sobre o empreendedorismo assistidos, bem como todo o processo realizado pelo instituto para promover a inclusão, de fato, de PCDs no mercado de trabalho. 

A conversa foi enriquecida com a participação de Luísa e Vivian, jovens com deficiência, que falaram um pouco sobre o cotidiano em sociedade e compartilharam suas experiências. Deficiente motora, Luísa começou a pintar quadros ainda criança e contou que desenvolveu habilidades para ganhar autonomia. “As pessoas pensam que a gente não tem a capacidade de fazer as coisas. Não é porque eu não posso fazer muitas coisas com a mão, que não posso fazer nada”, pontuou a jovem.  

Autista, Vivian é cantora e cursa faculdade de artes na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em seu depoimento, ela ressaltou a importância do respeito e do acolhimento. “Como diria Renato Russo, vivemos num mundo doente, mas com a positividade do acolhimento de pessoas boas que nos acolhem, nos aceitam, nos querem bem, nos dão força, a gente se sente mais forte e o nosso mundo vai ficando colorido”, disse. 

Integrante da Comissão de Acessibilidade, o Juiz Rilton Góes, que é PCD, também relatou um pouco sobre as suas vivências, lembrando muito do que já mudou ao longo dos anos no que se refere à inclusão das pessoas com deficiência nas diversas esferas sociais. 

Nesta sexta-feira (2), a roda de conversa colocou em pauta o capacitismo. Conduzido pelo Servidor Cláudio Manoel Nascimento Gonçalo da Silva – Psicólogo da Ouvidoria da Mulher, de Gênero e da Discriminação do PJBA – o bate-papo contou, mais uma vez, com a participação de Jaime Córdova, que é, também, fundador e Presidente da ONG Nicho Down Bahia.  

Na ocasião, Jaime apresentou a definição do termo “capacitismo”, contextualizou com o bullying e exemplos de situações vividas com seu filho, que tem síndrome de down. “Vamos nos educar mais em todos os sentidos, não somente em relação a deficiência”, enfatizou.  

O Auditor Fiscal Fernando Matos, que é deficiente visual, também participou da conversa e contou a sua experiência em relação à acessibilidade, destacando que se existisse a tecnologia na sua época de formação, a vida teria sido mais fácil. “Inclusão deve ser uma política nacional, de todos, permanente, com o objetivo de sempre ser perseguida no dia a dia por toda sociedade, como política de governo”. 

Cego desde o nascimento, o Servidor João Eudes, membro da Comissão de Acessibilidade do PJBA, compartilhou a sua experiência profissional, relatando o preconceito vivenciado quando começou a trabalhar. “É importante que a gente consiga perceber os preconceitos e saber lidar com eles”. João Eudes falou sobre a importância do debate realizado e agradeceu a oportunidade.  

Everaldo Neris também esteve entre os convidados desta sexta-feira. O Presidente da Associação Baiana de Cegos pontuou a necessidade de difundir as informações sobre acessibilidade e inclusão, para que se possa alcançar um maior público.  

O Juiz Rilton Góes participou novamente, neste último dia, compartilhando suas vivências. Já a Juíza Andrea de Souza Tostes, da Comarca de Ribeira do Pombal, fez o seu relato pessoal, emocionada, e agradeceu por ouvir histórias inspiradoras. 

Ao finalizar o bate-papo do dia, a Juíza Élbia Araújo, integrante da Comissão de Acessibilidade e mãe de uma jovem autista, destacou a necessidade de atitudes mais humanas e de investimento na educação para que se amplie a inclusão. “Precisamos de humanidade. A maior barreira de todas a serem enfrentas é a atitudinal”. 

A programação da Semana de Acessibilidade e Inclusão contou com a parceria da Assessoria de Ação Social e incluiu, ainda, uma feirinha com venda de produtos por PCDs e/ou instituições ligadas à temática.  

Presidida pelo Desembargador Júlio Travessa, a Comissão de Acessibilidade tem o objetivo de assegurar às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida o pleno exercício de seus direitos, promovendo amplo acesso às dependências e aos serviços prestados pelo Tribunal, bem como a disseminação de práticas inclusivas que visem à conscientização da importância da acessibilidade em seu sentido mais amplo para o pleno exercício dos direitos humanos e da cidadania.   

 

Descrição da imagem principal: participantes sentados em círculo, durante a roda de conversa [fim da descrição].

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Texto publicado: Ascom TJBA