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Saúde mental é pauta da campanha #ExisteSOLUÇÃO do PJBA; ação apoia o Setembro Amarelo
29 de setembro de 2020 às 10:39
Saúde mental é pauta da campanha #ExisteSOLUÇÃO do PJBA; ação apoia o Setembro Amarelo

Mais de 300 milhões de pessoas com depressão*. Esse é o número que a Organização Pan-Americana da Saúde estimava existir em 2018, em todo o mundo. Ressalta-se que o dado inclui todas as idades. Agora, dois anos depois, diante do quadro de calamidade na saúde vivida em todo o planeta, resultado da pandemia da Covid-19, é provável que esse número tenha aumentado.

Segundo o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, a “saúde mental está no centro da nossa humanidade, nos permitindo ter vidas enriquecedoras e gratificantes, e participar nas nossas comunidades”. Porém, ele ressalta que a pandemia do Coronavírus (Covid-19) “não está apenas atacando nossa saúde física; também está aumentando o sofrimento psicológico”.

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“Nesse contexto de ameaça iminente, em que todos nós tememos a contaminação pelo vírus, parte de nosso sistema nervoso, que é responsável por reações de defesa, entra em estado de ativação e libera substâncias que provocam aceleração dos batimentos cardíacos, vasoconstrição, sudorese, dentre outros, que estão associados à ansiedade”.

A declaração é da Psicóloga Nara Borges, servidora do Serviço de Apoio e Orientação Familiar (SAOF) do Poder Judiciário da Bahia (PJBA). De acordo com a profissional, esse momento de pandemia implica uma ruptura com o modo de vida que as pessoas estavam habituadas. “Tais mudanças requerem que adaptemos a maior parte do nosso comportamento. Isso exige muito de nós, associado às demandas usuais da vida”.

Durante a pandemia, na China, os profissionais de saúde relataram altas taxas de depressão (50%), ansiedade (45%) e insônia (34%) e, no Canadá, 47% dos profissionais de saúde relataram a necessidade de suporte psicológico.

Crianças e adolescentes também estão em risco. Pais e mães na Itália e na Espanha relataram que seus filhos tiveram dificuldades em se concentrar, além de irritabilidade, inquietação e nervosismo.

Um estudo realizado entre jovens com histórico de condições de saúde mental residentes no Reino Unido relata que 32% deles concordaram que a pandemia havia piorado sua saúde mental.

Um aumento no consumo de álcool é outra área de preocupação entre os especialistas em saúde mental. Estatísticas do Canadá relatam que 20% das pessoas de 15 a 49 anos aumentaram seu consumo de álcool durante a pandemia.

Os dados foram retirados do site das Nações Unidas. Vale evidenciar, também, o efeito da pandemia na saúde mental das crianças, já que a maioria teve as rotinas afetadas, com restrição de interação social e circulação pelos espaços que estavam acostumadas, como a escola e a casa dos avós. Além disso, algumas crianças podem estar vivenciando dificuldades financeiras ou perda de familiares ou pessoas próximas.

“Isso interfere no senso de segurança e estabilidade, que pode se refletir em dificuldade de concentração, irritabilidade, agressividade, medo, inquietação, tédio, sensação de solidão, alterações de sono e de apetite. Elas também podem demonstrar comportamento regressivo, como chupar o dedo ou fazer xixi na cama, por exemplo”, explica a Psicóloga da Coordenadoria da Infância e Juventude do PJBA (CIJ Bahia), Alessandra Meira.

Com mais tempo disponível, as crianças têm usado e abusado da tecnologia, uma aliada para diminuir os impactos do isolamento social e continuar com as atividades escolares. Porém, é preciso impor limites para o uso do celular, computador ou outro equipamento eletrônico. “É imprescindível que os pais orientem e acompanhem o que os filhos estão fazendo na internet, para evitar riscos à sua segurança e contato com conteúdo inadequado. Devem estimular outras formas de diversão, para diminuir a superexposição aos eletrônicos, até porque os estudos mostram que essa superexposição favorece diversos problemas psicológicos e de saúde”, orienta Alessandra.

Cuidar da saúde mental das crianças é importante. É nessa fase que acontece as principais mudanças no psicológico, e as experiências ocorridas nessa fase da vida terão reflexo no futuro. Por isso, a Psicóloga Alessandra Meira ressalta: “o ideal é que se crie um ambiente acolhedor e que possa favorecer a elaboração de recursos psíquicos para o enfrentamento de frustrações, fortalecendo a autoestima e interação social. Tendo em vista que muitos transtornos que emergem na vida adulta são resultado de eventos que vêm ocorrendo ao longo da história do indivíduo, é extremamente importante cuidar da saúde mental na infância”.

Saúde mental é pauta da campanha #ExisteSOLUÇÃO do PJBA; ação apoia o Setembro Amarelo
Outra observação sobre as crianças é a necessidade de que os adultos demonstrem calma e estabilidade, porque as crianças tendem a absorver também a linguagem não verbal. Na medida do possível, deve-se manter uma rotina, para proporcionar uma sensação de normalidade, e incentivar o contato, mesmo que à distância, com as pessoas com quem a criança tem uma relação de afeto.

Quando a pandemia do Coronavírus chega ao fim ninguém sabe, por isso, sobre a incerteza do futuro, a Psicóloga Nara Borges destaca:

Penso que uma das ferramentas possíveis para lidar com tanta incerteza e temor diante do futuro é tentarmos cuidar do presente, naquilo que nos é possível. Nesse contexto delicado, é bom evitar se cobrar no sentido de se manter sempre “equilibrado” ou ter uma rotina “perfeita”; ao contrário, faz-se necessário entender que certas alterações são compreensíveis e esperadas diante de um cenário como esse.

Mais informações:
Folha informativa – Depressão 
Nações Unidas

#ExisteSOLUÇÃO – Neste mês, marcado pela campanha nacional Setembro Amarelo, incluindo o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, o Poder Judiciário da Bahia (PJBA), por meio da Secretaria de Gestão de Pessoas (Segesp), promoveu a campanha #ExisteSOLUÇÃO. A inciativa buscou desmistificar a depressão e combater o suicídio. Para tanto, foram publicados diversos textos e cards com informações relevantes, sempre pautados na experiência de profissionais da saúde. Dentre as metas da ação estiveram: colocar em pauta, no debate público, assuntos relacionados à depressão e esclarecer, para quem enfrenta esse processo, que existem razões para procurar ajuda e não desistir da vida.

Texto publicado: Ascom TJBA