Agência de Notícias

Um dia inesquecível de quase 40 graus de temperatura no Rio de Janeiro, mas foi o acervo de Ruy Barbosa que aqueceu ainda mais a Comitiva do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), que visitou a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), no Rio de Janeiro, e o arquivo que virou patrimônio da humanidade. Os Desembargadores Maria da Purificação da Silva, Presidente da Comissão de Memória; e Lidivaldo Reaiche Britto, Presidente da Comissão de Comemorações, representaram o Chefe do Judiciário baiano, Desembargador Gesivaldo Britto, durante a visita institucional. A Servidora Thais Fonseca Felippi Pimentel ficou responsável por secretariar os trabalhos.

Todas essas ações têm por finalidade preparar a festa dos 170 anos do ilustre filho da Bahia, que inspirou o Brasil e o mundo com o conhecimento que acumulou. Objetivam, também, marcar os 70 anos do Fórum Ruy Barbosa, local que guarda os restos mortais do “Águia de Haia”, denominação recebida após representar o Brasil na Segunda Conferência de Paz em Haia, em 1907, na Holanda. Esse título foi atribuído ao Jurista pelo destaque alcançado ao defender diversos temas relevantes, inclusive o direito de igualdade entre as nações. Esse evento constitui, assim, um legado para a história do Brasil e uma das mais destacadas participações de Ruy Barbosa no cenário internacional.

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Os dois Desembargadores foram recebidos pela diretoria da Fundação Casa de Rui Barbosa e conheceram detalhes que incrementa a festa e o legado de um gênio da época que atravessa gerações com o conteúdo que deixou nos livros que compõem a biblioteca da instituição. A  reunião da Comitiva do TJBA com os representantes da instituição carioca,  Lucia Velloso e Ronaldo Amaral, respectivamente Presidente substituta e Diretor Executivo, marcou o início da visita à Fundação Casa de Ruy Barbosa.

Na sequência, os convidados estiveram no terreno que abrigará as instalações do Centro Ruy Barbosa de Preservação de Bens Culturais. A biblioteca, no subsolo do prédio, foi o local onde conheceram o acervo de livros raros, recepcionados pela Chefe do setor, Dilza Bastos; e a sala de arquivo, recebidos pela Bibliotecária Bianca Panisset.  A visita contemplou a ida ao jardim da Fundação, bem como a área em que os carros do jurista estão expostos.

Em seguida, a Comitiva apreciou o Museu Casa de Rui Barbosa. O acervo guarda, na sala Constituição, antiga biblioteca de Ruy Barbosa, uma mostra de documentos em comemoração aos 130 anos da República. Além disso, o Museu conserva um cômodo especial, a sala de Haia, com móveis adquiridos pelo Jurista baiano durante a passagem pela cidade holandesa. A passagem por esse ambiente foi um dos momentos que mais impressionou os Desembargadores do Judiciário baiano. A visita encerrou-se no quiosque.

No arquivo da Casa de Rui Barbosa, foi possível fazer uma ‘viagem’ nas páginas escritas e nos recortes do Brasil do período colonial até a República. Os arquivistas e historiadores contaram sobre a riqueza do acervo que virou patrimônio da humanidade.

Lúcia Maria Velloso de Oliveira
Doutora em Ciências e História Social da Fundação Casa de Ruy Barbosa

No dia 5 de novembro, o Fórum Ruy Barbosa completa 70 anos de construído e a data coincide com os 170 anos de nascimento do polímata brasileiro, Ruy Barbosa. Para essa data especial, a Comissão tem dedicado tempo e estudo para pesquisar toda a obra de um dos defensores da República. O Desembargador Lidivaldo Reaiche compartilha parte dessa história impressionante.

Desembargador Lidivaldo Reaiche 
Presidente da Comissão de Festejos do TJBA

Algumas ações já foram executadas para definir a programação dos dois dias de festividades, o que inclui a reedição de um livro que conta a história do Fórum Ruy Barbosa. No local, encontra-se a cripta com os restos mortais do patrono e da esposa Maria Augusta Barbosa. O Público também vai poder interagir com a colocação de uma estátua de Ruy Barbosa no átrio do edifício-sede do TJBA. Além de conferir um seminário sobre o legado do jurista para o Direito brasileiro com a presença de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

No final da visita, a Desembargadora Maria da Purificação, Presidente da Comissão de Memória fez um balanço dos aspectos mais relevantes e não escondeu a impressão da magnífica obra do célebre Ruy Barbosa.

Desembargadora Maria da Purificação da Silva
Presidente da Comissão de Memória

Fundação Casa de Rui Barbosa – A Fundação originou-se, em 1924, por meio de um decreto que autorizava o Poder Executivo a adquirir a casa onde residiu Ruy Barbosa, durante 28 anos, e os pertences do Jurista baiano. Em 1927, um decreto presidencial criou o Museu Rui Barbosa e, em 13 de agosto de 1930, a Casa de Rui Barbosa foi inaugurada pelo Presidente  Washington Luís, primeiro museu casa do Brasil dedicado a uma personalidade.

O reconhecimento do arquivo Ruy Barbosa como parte dos acervos documentais nominados pelo Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Unesco, em 2011, consagrou a importância de Ruy Barbosa, brasileiro que viveu à frente do seu tempo e muito contribuiu para a construção e fortalecimento do Brasil Republicano. Abrange mais de 60 mil documentos, 31 metros lineares de arquivos privados e 200 metros de arquivo institucional. Além disso, contempla 2186 imagens de Ruy Barbosa; 192 da coleção do Professor Milton Teixeira, 6.200 negativos e cromos do Fotógrafo Gautherot, 3082 imagens da Coleção Lucia Sanson e outras 4 mil fotografias.

O acervo está dividido em duas linhas. A primeira é constituída pelos documentos institucionais, produzidos ou recebidos pela FCRB desde sua criação, em 1930, até os dias atuais. A outra, por sua vez, inicialmente foi composta pelos arquivos e coleções pessoais de Ruy Barbosa, de seus familiares e contemporâneos, e que hoje foi ampliada para incluir arquivos pessoais de historiadores, geógrafos e outros intelectuais cuja trajetória de vida esteja relacionada à história do Brasil, do Rio de Janeiro ou à disseminação da cultura brasileira. Desse conjunto, destacam-se o arquivo de Ruy Barbosa, a coleção Família Barbosa de Oliveira e o arquivo do Advogado e Professor Américo Lourenço Jacobina Lacombe.