O Instituto Cultural Steve Biko (ICSB) é o vencedor da 2ª edição do Prêmio Luiz Gama, condecoração entregue pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) com a finalidade de reconhecer cidadãos e organizações públicas ou privadas que prestam relevantes serviços à sociedade em defesa dos Direitos Humanos.
O Instituto – que recebe o nome do ativista de referência na luta contra o Apartheid na África do Sul – é pioneiro na formação e na preparação sistemática de estudantes negros para o acesso às universidades. Fundado em 1992, em Salvador, é considerado o primeiro curso pré-vestibular voltado à comunidade negra no Brasil. Goza de reconhecimento nacional e suas ações tiveram impacto em políticas públicas.
O vencedor foi escolhido, por unanimidade, pela Comissão de Outorga do Prêmio Luiz Gama entre 39 indicações. “O Instituto Cultural Steve Biko mantém um curso pré-vestibular para jovens negros carentes. Centenas desses jovens ingressaram nas universidades públicas e privadas por meio da dedicação do Instituto Steve Biko. É merecedor do prêmio pelo trabalho desenvolvido ao longo de todos esses anos”, comenta o Desembargador Lidivaldo Reaiche, um dos integrantes da mencionada Comissão. Além disso, ele preside a Comissão de Igualdade, Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos Humanos.
O Prêmio Luiz Gama foi regulamentado por meio do Decreto Judiciário nº 889/2023 e, neste ano, o prazo para indicações de nomes encerrou no dia 20 de outubro.
A solenidade de entrega da premiação ocorrerá em novembro, em data a definir, e será divulgada nos canais de comunicação do TJBA.
No ano passado, a Sociedade Protetora dos Desvalidos foi a vencedora da premiação. O Steve Biko esteve entre os finalistas.
Luiz Gama – Nascido na capital baiana em 21 de junho de 1831, Luiz Gonzaga Pinto da Gama foi um advogado autodidata (rábula), jornalista e escritor brasileiro que se empenhou na luta pela abolição da escravatura e pelos direitos dos negros no século XIX.
Nascido de mãe negra livre e pai branco, foi feito escravo aos 10 anos e permaneceu analfabeto até os 17. Conquistou, judicialmente, a própria liberdade e passou a atuar na advocacia em prol dos escravizados, sendo autor consagrado já aos 29 anos. A Lei Federal nº 13.629/2018 o declara Patrono da abolição da escravidão do Brasil.