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Julho das Pretas reúne juristas para debater desigualdade de gênero e de raça 
23 de julho de 2025 às 16:30
Julho das Pretas reúne juristas para debater desigualdade de gênero e de raça 

“Justiça racial e de gênero não é um favor, é reparação histórica”, afirmou a Desembargadora Nágila Brito, Coordenadora da Mulher do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), durante a abertura do Julho das Pretas. O evento, promovido pela Coordenadoria em parceria com a Comissão de Participação Institucional Feminina e com a Universidade Corporativa Ministro Hermes Lima (Unicorp-TJBA), ocorreu segunda-feira (21), no Auditório Olny Silva, na sede do TJBA.   

Com o objetivo de combater o sexismo e o racismo, bem como de fortalecer a luta política das mulheres negras, o auditório esteve lotado de juristas e integrantes da rede de apoio à defesa dos direitos humanos. Discussões em torno da superação das desigualdades, apresentações artísticas e palestras com importantes nomes do ativismo negro no Judiciário marcaram a tarde.  O ato de abertura do evento contou com a apresentação do Coral do TJBA, que interpretou as canções “Maria, Maria”, de Milton Nascimento, e “A força do Ilê”, do bloco afro Ilê Aiyê; e com a declamação do poema “Banzo Maracatu” pela servidora Jucimary Araújo.  

“O tema deste ano, ‘Mulheres Negras: Justiça Racial e de Gênero’, nos desafia a olhar de frente para uma realidade difícil da nossa sociedade. É impossível não atestar a influência de fatores históricos, de um modelo de produção econômico que foi baseado na escravização de pessoas, ainda com reflexos na nossa sociedade, sobretudo na desigualdade social que impõe a sua mais perversa atuação à população preta”, declarou a Presidente do TJBA, Desembargadora Cynthia Resende.  

O encontro foi mediado pela advogada e Pró-Reitora da Universidade Católica do Salvador, Germana Pinheiro, enquanto os painéis foram conduzidos por: Vera Lúcia Santana Araújo, Ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que participou de forma remota; Neuza Maria Alves da Silva, Desembargadora Federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1); Mônica Antonieta Magalhães da Silva, Defensora Pública do Estado da Bahia; e Maristela Barbosa dos Santos, Procuradora do Estado da Bahia.    

“A tarde de hoje é dedicada a ouvir as vozes dessas incríveis mulheres pretas. São histórias transformadoras e que fortalecem, em todas nós, a certeza de que estamos na jornada certa em favor da igualdade de gênero e da equidade racial, bem como no enfrentamento às diversas formas de violência que nos assombram todos os dias” comentou a mediadora Germana Pinheiro.   

A Ministra do TSE, Vera Lúcia Santana Araújo, não pôde participar do encontro presencialmente por motivos de saúde, mas ministrou de forma remota a palestra “O papel do judiciário eleitoral na representatividade negra”.   

Na ocasião, a Ministra denunciou a sub-representação e a ausência de mulheres negras em lugares de poder, compartilhou os aportes realizados pelo TSE para garantir a equidade racial e de gênero na política, assim como convidou a plateia a ajudar na fiscalização dos partidos, assegurando que eles viabilizem nomes e campanhas que resultem na eleição de mais mulheres negras.  

Na sequência, a Desembargadora Neuza Maria, primeira e única Desembargadora Federal negra do Brasil, conduziu o painel “Racismo institucional e perspectiva de gênero”, no qual dividiu experiências na magistratura e refletiu sobre o racismo no serviço público. Maristela Santos, Procuradora do Estado da Bahia, apresentou a palestra “Advocacia pública e os desafios da equidade de gênero e raça”, exibindo dados e mostrando a desigualdade no Judiciário.  

Por fim, a Defensora Pública Mônica Antonieta conduziu o painel “Instituição, racismo, gênero e violências”, que discutiu as políticas públicas para combater o racismo estrutural e o papel do Judiciário na garantia do acolhimento e da validação das mulheres negras e de suas denúncias.   

A advogada Clara Nascimento relata que saiu emocionada do encontro. “Eventos como este são um reforço positivo e um posicionamento importante a favor das mulheres negras baianas. Quando um órgão como o Tribunal de Justiça da Bahia pensa, organiza e articula um evento para pautar a própria Justiça com recorte de raça e gênero, ele nos diz que este é um tema caro para quem cumpre um papel de mediador social. Entender os recortes que são necessários para se fazer justiça com equidade são sinais de um avanço social significativo”.   

Confira mais fotos do evento  

Compuseram a mesa de honra do evento, representando o TJBA: a Desembargadora Presidente Cynthia Resende; a Desembargadora Nágila Brito, Presidente da Coordenadoria da Mulher do TJBA; o Desembargador José Edivaldo Rotondano, que é Conselheiro do Conselho Nacional de Justiça; o Desembargador Jatahy Júnior, Diretor-Geral da Unicorp-TJBA; e o Desembargador Lidivaldo Reaiche, Ouvidor-Geral do TJBA e Presidente da Comissão Permanente de Igualdade, Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos Humanos (CIDIS).   

A mesa de honra foi integrada, também, pela Coordenadora Executiva da Secretaria Estadual de Promoção de Igualdade Racial, Karine de Oliveira, representando o Governo do Estado da Bahia; pela Procuradora do Estado da Bahia, Maristela Barbosa Santos, representando a Procuradora-Geral do Estado, Bárbara Camardelli; pela Secretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Infância e Juventude, Fernanda Lordêlo, representando a Prefeitura de Salvador; pelo Juiz Eldsamir Mascarenhas, Vice-Presidente da Associação dos Magistrados da Bahia, representando o Presidente da instituição, Desembargador Julio Travessa; pela Defensora Pública Mônica Antonieta Magalhães, representando a Defensora Pública Geral, Camila Canário; pela Presidente da Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB-BA, Camila Carneiro, representando a Presidente da OAB-BA, Daniela Borges;  e pela Presidente do Projeto “Um Mais Um é Sempre Mais que Dois”, Bárbara Trindade, representando a sociedade civil. 

Assista ao evento na íntegra:

 

Texto publicado: Ascom _ TJBA