“Pessoas com deficiência ou sociedade com deficiência?” Essa pergunta e, ao mesmo tempo, uma reflexão abriu a oficina para sensibilização de gestores do TJBA sobre acessibilidade e inclusão. Uma ação coordenada pela Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão, destinada a magistrados e servidores ocupantes de funções de direção, chefia e assessoramento no Tribunal de Justiça da Bahia.
Durante a manhã do dia 17 de outubro de 2025, em uma sala de aula da Universidade Corporativa do TJBA, cerca de 50 participantes refletiram sobre os temas: Acessibilidade e Inclusão no Contexto Institucional; O Papel da Gestão na Promoção da Inclusão; Anticapacitismo e Direitos Humanos; e Boas Práticas e Estudos de Caso, na modalidade presencial. O objetivo foi promover a sensibilização de gestores do TJBA para o fortalecimento de práticas institucionais inclusivas, garantindo a acessibilidade plena e o respeito à diversidade no âmbito do Poder Judiciário.
Um dos momentos marcantes foi quando alguns integrantes do Judiciário pegaram bengalas e outros colocaram vendas nos olhos para percorrer as dependências da Unicorp, assumindo o lugar de uma pessoa com deficiência visual, a fim de compartilhar as experiências dos dois lados. Viviane Chaves disse que a falta de costume e as dificuldades proporcionaram novas experiências e o quanto é difícil utilizar novos sentidos com os olhos vendados. Sérgio Neves contou que as vozes ajudaram a guiá-lo pelos corredores da Universidade; e Pedro Vivas, com os olhos fechados, disse que se entregou ao guia e conseguiu caminhar com tranquilidade por ser um ambiente controlado, mas não imagina como seria uma vivência real. Experiências inesquecíveis para todos que participaram da aula prática durante a oficina de sensibilização sobre acessibilidade e inclusão.
Todas as pessoas devem ser tratadas com equidade e respeito, com base no que propõe a Declaração dos Direitos Humanos de 1948, bem como é proposto pelas Leis nº 10.098/2000, nº 11.904/2009 e a mais recente, que é a Lei Brasileira de Inclusão nº 13.146/2015 cujo teor amplia alguns conceitos e fortalece a participação da sociedade.
Para a professora Sandra Rosa – que ensina a disciplina na Universidade Estadual da Bahia (UNEB) –, esse trabalho propõe um mergulho no dia a dia das pessoas com deficiência visual, auditiva, intelectual, física e demais especificidades.
“Uma das coisas que a gente tem feito é colocar a sociedade para refletir, porque se essas pessoas não participam é por conta da longa história de exclusão que os cidadãos padrão entenderam que não era o espaço deles […] Na oficina, a gente vai mostrando muitas possibilidades que existem muitas possibilidades que existem e ainda muitas que nós temos que inventar, porque somos um povo diverso”, afirmou a professora.