A Comissão Permanente de Igualdade, Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos Humanos (CIDIS), em parceria com a Coordenação de Desenvolvimento Organizacional e de Pessoas (CODES), realizou mais uma edição do Projeto “Luiz Gama: CIDIS nas Escolas”, com estagiários de nível médio do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, nesta sexta-feira (10). A ação foi dividida em duas turmas, uma pela manhã e outra à tarde.
Trata-se de um projeto criado com o objetivo de levar a presença do TJBA para além do Judiciário e alcançar, especialmente, jovens negros de escolas públicas municipais e estaduais. Luiz Gama é considerado o patrono da abolição da escravidão no Brasil.
A edição deste ano tem como foco a carreira de magistrado, abordando a possibilidade de ingresso no Tribunal de Justiça por meio de concurso, as cotas raciais e a oportunidade de iniciar a carreira acadêmica nas universidades públicas com o apoio das estruturas de acesso e permanência.
“Um dos grandes objetivos do projeto é plantar essas sementes, porque só podemos desejar o que sabemos que é possível. Estamos aqui no Tribunal de Justiça, esperando por esses jovens, e já temos magistrados que chegaram aqui por meio de políticas públicas afirmativas. O que queremos é que eles compreendam que é possível sonhar além do que imaginam”, afirma Denise Ferreira, servidora membro da Comissão de Igualdade e uma das palestrantes da ação.
Os estagiários, todos estudantes de escolas públicas, assistiram a vídeos educativos e participaram de uma roda de conversa mediada pelo Juiz Guilherme Vitor de Gonzaga Camilo, dos Juizados Especiais de Euclides da Cunha. Na conversa, ele compartilhou sua trajetória desde a escola pública até chegar à magistratura.
“Poder fazer um curso para os estudantes aqui do Tribunal é um prazer muito grande, porque nós precisamos estar atentos à questão racial dentro e fora do TJBA. Estamos a todo momento vivendo com essas questões e precisamos discuti-las para que tenhamos uma sociedade mais justa, igualitária, em que as pessoas tenham oportunidades independentemente de suas características físicas. Então é muito importante que possamos falar sobre isso e é muito bom que o Tribunal de Justiça tenha um espaço que permita que essa discussão seja realizada”, comenta o Juiz Guilherme Camilo.
O projeto culminará na realização de um cinedebate a partir do filme Doutor Gama, em novembro, durante as comemorações do mês da Consciência Negra. Na ocasião, serão reunidos estudantes e equipes pedagógicas das escolas visitadas ao longo do ano para discutir os projetos desenvolvidos e implementados nas aulas e no currículo escolar, a partir das visitas realizadas.
A Comissão Permanente de Igualdade, Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos Humanos é presidida pelo Desembargador Lidivaldo Reaiche.