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Agência de Notícias

Comenda 2 de Julho ao Desembargador Salomão Resedá
24 de abril de 2018 às 9:28
Comenda 2 de Julho ao Desembargador Salomão Resedá

Dizendo que o seu coração é uma bomba que já não pulsa com os batimentos da juventude, o desembargador Emílio Salomão Pinto Resedá agradeceu a homenagem da Assembléia Legislativa da Bahia ao receber a Comenda 2 de Julho, a mais alta honraria concedida pelo legislativo baiano a personalidades que prestam relevantes serviços à comunidade.

Professor da Universidade Salvador-UNIFACS e da Escola de Magistrados da Bahia, o desembargador Salomão Resedá possui graduação em Direito pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), especialização em Direito Processual Civil pela Universidade Salvador, especialização em Direito do Estado pela Faculdade Baiana de Direito e especialização em Pós-Graduação Lato Sensu em Ciências Criminais pela Universidade da Amazônia (2007) e membro do Conselho dos Magistrados da Infância e da Juventude-ABRAMINJ.

Ex-integrante da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia e atual Corregedor das Comarcas do Interior para o biênio 2018-2020, Salomão Resedá chegou ao Segundo Grau em dezembro de 2011, quando era titular da 1ª Vara da Infância e da Juventude de nossa capital. Incansável defensor dos direitos da criança e do adolescente, não só na Bahia, mas em todo o Brasil, foi presidente da Comissão Especial para Assuntos da Família, Infância e Juventude do Estado da Bahia-CEFIJ e componente do Conselho das Autoridades Centrais Brasileiras em matéria de adoção, criado pelo Ministério da Justiça.

A Comenda 2 de Julho, dada em reconhecimento pelo seu trabalho como magistrado e protetor dos menores necessitados, simboliza o sentimento motivador da libertação e emancipação da Bahia. Foi criada em 1999 e é concedida pela Assembleia Legislativa a pessoas que contribuam para o desenvolvimento político, administrativo e social da Bahia.

Proposta pelo Deputado Tom Araújo e aprovada por unanimidade pelo plenário da Assembléia Legislativa, nos termos da Resolução nº 1.701/16, a Comenda foi-lhe entregue pelo presidente da Casa, deputado Angelo Coronel, numa solenidade repleta de convidados, desembargadores, juízes, autoridades civis, militares e os jovens que foram retirados do mundo das drogas graças ao trabalho da Fundação Dr. Jesus, do Dep e Pastor Sargente Isidório, sendo o homenageado um dos seus colaboradores.

Segundo o parlamentar proponente, “Esta é uma justa homenagem. O desembargador é um cidadão exemplar que por toda a sua vida, nos diversos e elevados cargos que ocupou e ocupa em sua já extensa carreira no Judiciário, sempre lutou contra as injustiças, contra a prepotência, contra a insensibilidade social, e contra a demonização do outro – em especial os desvalidos”.

Com a elegância que o caracteriza, Salomão Resedá resolveu agradecer a honraria num primoroso discurso de improviso, cujas palavras, brotadas do seu coração, expressavam toda sua gratidão. Falando em nome dos jovens necessitados e em nome dos que caminham na escuridão, Resedá também se expressava em nome dos que caminham nos vales da morte, onde se pode encontrar, nas próprias tragédias, a misericórdia que se concede a todos eles, notadamente às crianças e aos adolescentes.

Sabendo que os homens crescem como as árvores, segundo a natureza do seu nutrimento, compreende a necessidade que ele tem de criar uma extensão de si próprio para além do limite dos anos da vida terrena, lado a lado com os pobres, na simples intimidade da sobrevivência.
Em suas palavras Salomão Resedá traduziu os sentimentos do seu coração, o único lugar do corpo humano onde se registram as dádivas da gratidão. Durante todo o seu discurso foi interrompido inúmeras vezes pelos aplausos dos que o ouviam. Gastou, praticamente, todo o seu tempo descrevendo os sentimentos que vieram ao seu espírito ao ser agraciado com a Comenda 2 de Julho.

Parecia dizer que vissem em seus olhos o brilho da gratidão, e sentissem em sua voz, embargada pela emoção, o fruto do seu afeto, chamando a atenção para os tempos difíceis em que vivemos, cheio de crianças abandonadas, em cujos espaços de vida o mal não pode vencer, pois é o bem que vence no final.

Ao terminar o seu emocionante discurso declamou o poema de Lídia Weber, intitulado “O menino que mora do outro lado da rua”, expressando, com emoção, o magnífico verso em que a autora, falando pelo menino, transmite seu lamento dizendo: “Eu não tenho ninguém, sou filho da solidão. O seu maior desejo é o novo brinquedo da televisão. O meu maior sonho é ter uma família do coração”.

Para as crianças que vivem no outro lado da rua, sua família é Salomão Resedá, enquanto, para ele, sua família são, também, os seus amigos, que, graças a Deus, moram no mesmo lado da rua, e que o homenageiam por sua extraordinária vida de magistrado e incansável defensor dos menores oprimidos.

*Baltazar Miranda Saraiva é Desembargador, Presidente da 5ª Câmara Cível, membro da Comissão de Igualdade do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, do Conselho da Magistratura (TJ/BA), da Associação Bahiana de Imprensa-ABI, da Sociedade Amigos da Marinha-SOAMAR e Vice-Presidente Social, Cultural e Esportivo da Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES).

Texto publicado: Baltazar Miranda Saraiva