Ir para o conteúdo
Buscar
NAVEGUE EM NOSSO SITE
Encontre o que deseja
Você está no perfil:

Mudar Perfil

Agência de Notícias

Buscar
BUSCA DE NOTÍCIAS
Nobel da Paz: Homenagem à liberdade de imprensa!
14 de outubro de 2021 às 15:28
Nobel da Paz: Homenagem à liberdade de imprensa!

Ao anunciar a outorga do prêmio Nobel da Paz de 2021, BeritReiss-Anderson, presidente do Conselho responsável pela escolha da láurea que conferiu o tão esperado prêmio aos Jornalistas MARIA RESSA e DIMITRY MURATOV, respectivamente responsáveis “pela luta corajosa” na defesa vigorosa da liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia, onde os regimes políticos vigentes passam longe da democracia, fez questão de enfatizar: são representantes de todos os jornalistas que defendem este ideal em um mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas. Os agraciados ajudaram a fundar em seus países veículos de comunicação que se destacam por sua defesa corajosa e intransigente da imprensa investigativa, livre, única forma de veicular para a população os desmandos de governos autocráticos, autoritários, distanciados dos mais lídimos anseios da população que anseia pela vivência plena dos direitos humanos. A História, mestra da vida, como já proclamava HERÓDOTO (485 a.C- 425 a.C), nos ensina que os ditadores de todas as colorações, quaisquer que sejam seus matizes ideológicos, odeiam com todas as forças a imprensa, a liberdade de expressão por ela consagrada. Sim, a Sociologia, por sua vez, explica que é o natural temor de que revelem ao público a sua verdadeira face, os seus inconfessáveis propósitos, as mais das vezes acobertados pelo manto da hipocrisia, proclamando a defesa da pátria, por exemplo, e, no fundo acobertando propósitos perversos e malsãos, quando não, na calada da noite, chafurdando no lamaçal da corrupção…HITELER, MUSSOLINI, HIROITO, STALIN, MAO-TSÉTUNG, somente para nominar alguns anticristos, são exemplos do que alguns governantes, ainda hoje, consciente ou inconscientemente, procuram imitar… In casu, não se trata do imortal Imitação de Cristo atribuída ao monge católico alemão TOMÁS DE KEMPIS (1379 ou 1390- 1471), obra devocional que inspirou tantas gerações, e que me foi apresentada no verdor dos meus 17 anos pelo saudoso Padre Sanchez no primeiro ano clássico do Colégio Antônio Vieira… Não, esses novos déspotas não esclarecidos professam, ainda que inconscientemente, verdadeira Imitação do Diabo…

Sim, em suas práticas, está explícito o desdém pelo menos favorecido, as afirmativas racistas, homofóbicas, o culto desenfreado à belicosidade, o fomento à intolerância religiosa, ideológica, a sanha inconfessável do poder pelo poder, na tentativa de manutenção de um status quo separatista, discriminador…Então, alguns são travestidos de falso amor à Pátria, verdadeiros lobos em pele de cordeiro… Em verdade, no Brasil, cordeiro é o povo, cada vez mais desassistido, esfomeado, jogado ao léu da sorte…Afinal, o povo é um mero detalhe… O que importa é o capitalismo exacerbado, a Economia como princípio e justificação dos seus anelos mais perversos que, em verdade, comportaria uma explicação freudiana… Não obstante, o prêmio NOBEL recentemente conferido a esses empedernidos defensores da liberdade de expressão, em países onde a ditadura campeia, é a proclamação da defesa intransigente da freedompress, da liberdade de expressão nos vários seguimentos da mídia, seja impressa, veiculada na internet, rádio, televisão. É a declaração clara e evidente que os verdadeiros democratas devem reagir em todo o planeta, esta aldeia global como tanto asseverava MARSHALL MC LUHAN (1991-1980), teórico da Comunicação canadense.Afinal, qual o conto de HANS CHRISTAN ANDERSEN (1805-1875), a Imprensa Livre é a única capaz de ecoar: “O Rei está nú!”… VIVA A DEMOCRACIA, viva a Imprensa Livre!

*João Augusto A. de Oliveira Pinto, Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, Membro da Academia de Letras Jurídicas, da ABI-Associação Bahiana de Imprensa.

Texto publicado: Desembargador João Augusto Alves de Oliveira Pinto