Em gozo de férias individuais, de 2 de janeiro a 15 deste mês e ano de 2022, estive cumprindo meu derradeiro módulo do curso intensivo preparatório ao Doctorado en Derecho Civil, na tradicional Facultad de Derecho da Universidad de Buenos Aires, instituição federal da República Argentina, fundada em 1821, evento sob a coordenação do grande jurista, Profesor Doctor RICARDO DAVID RABINOVICH-BERKMAN, nome que dispensa apresentações. Tivemos aulas nos dois turnos, matutino e vespertino, com intervalo para almoço, com as excelentes Profesoras Doctoras Lidia Garrido Cordobera, Maria Isabel Cristina González Nieves, respectivamente, catedrática de Direito Civil- Obrigações, titular de Direito Econômico. O grupo de alunos foi composto por 33 pessoas, 3 do Chile, 2 do Equador, 1 do Panamá, 2 do Perú, 1 do Uruguai, os demais pelo sistema zoom, em função da pandemia, inclusive brasileiros de São Paulo, Pernambuco e Rondônia. Na abertura do módulo, pontificou Doctor RICARDO RABINOVICH BERKMAN:
“Encaramos, desde una óptica multidisciplinaria,
la apasionante temática del abordaje jurídico de la persona.
Lo haremos de un modo crítico y libre, abierto y sin dogmas,
procurando apoyar el genuino pensamiento propio de cada cual,
nunca la repetición del de otras personas (sean quienes fueran).
No soy dueño de verdad alguna. Defiendo humildemente, sin embargo,
una visión del derecho como fenómeno social, cultural, antropológico.
Por ello procuro apartarme de las ópticas normativistas,
ancladas en el estudio de las leyes y las sentencias.
No creo en el estudio del Derecho como una transmisión,
un aprendizaje obsecuente de la realidad para reproducirla,
sino en un duro compromiso con la construcción de un mundo mejor,
partiendo de la asunción, triste pero difícil de rebatir, de que el actual es malo.
La crisis mundial evidenciada ante al estallido de la peste,
ha puesto en claro, crudamente, que el derecho no es la ley,
que la verdad no reside en las Declaraciones ni en los Tratados,
como tampoco en las Constituciones, sino en la realidad social.
Pienso que debemos alimentar la cultura general.
No limitarnos a la lectura de libros de temática jurídica.
Destacar la antropología, la literatura, el cine, las artes plásticas, la música…
Opino que quien se doctora en Derecho debe tener buena base histórica,
lecturas críticas de l@s principales filósof@s (no digo “del derecho”)
y rudimentos (al menos) de antropología y de sociología.
Esos criterios apuntalan mi modesta pedagogía.
Mi lema es:
UN DOCTORADO TE ABRE LA CABEZA O NO SIRVE PARA NADA.”
Pois bem, examinamos aspectos do direito positivo vigentes na América Latina, mas, sempre, através de uma visão crítica, com apoio na Filosofia, nas ciências sociais, culturais, capazes de fornecer ferramentas científicas para a melhor compreender o fenômeno jurídico, a hermenêutica das leis, a aplicação da jurisprudência, tudo sob a inspiração do Brasil na adoção da sistemática dos efeitos repetitivos obrigatórios, que, sem dúvida, além de outras consequências, representa avanço significativo na segurança e estabilidade das decisões judiciais, que amenizam, e logo irão extirpar a influência malsã das pressões externas de todos matizes que buscam interferir no posicionamento do Judiciário. Aliás, sobre esse fascinante tema proferi palestra dia 12/1, “Adopción de recursos repetitivos el el sistema procesal brasileño”, no simpósio “Dialogando desde el Sur”, “creado en 2009”, Departamento de Posgrado Derecho/UBA, Dep. de Ciencias Sociales, coordenado pelo Profesor Doctor Sandro Olazo Pallero, transmitido para toda América Latina, Espanha, Portugal, etc., representando, com muita honra, o nosso Tribunal de Justiça mais longevo das Américas. Naturalmente, dentro das minhas limitações, mas extremamente feliz com a sensação do dever cumprido.
João Augusto A. de Oliveira Pinto, Desembargador Presidente da Quarta Câmara Cível do TJBA, Membro da Academia de Letras Jurídicas da Bahia, da ABI-Associação Bahiana de Imprensa, Bel. e Mestre em Direito-UFBA.