O suicídio é o supremo ato de violência contra si, uma auto-agressividade finalística e fatal. Enquanto ação irreversível contra a própria vida radica em certezas e incertezas elaborativas, que encaminham alguém a dar cabo da própria vida. A imperatividade deste ato indelével constitui antecipação do irremediável encontro de si com a morte, fato pré-determinístico a todos, mas que nesta questão, aterroriza devido à radicalidade do monólogo.
Por trás da intencionalidade de matar-se, paira a sombria perturbação mental e psicológica que isola, mesmo sob a máscara de emoções que a contradigam. A imagem do palhaço depressivo surge como uma metonímia ao sofrimento que inunda pensamentos, emoções e ações do sujeito que definha gradualmente, pensando estar numa caminhada feliz, mas que na verdade é solitária. Todas as ações ao seu redor parecem empurrar o sujeito ao despenhadeiro desta situação, porque o adoecimento mental reduz as possibilidades de percepção das alternativas.
A estatística contabiliza 800.000 pessoas mortas por suicídio a cada ano, sendo a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. A proporcionalidade de tentativas sugere que a cada pessoa que comete suicídio existe um maior número que tenta, sendo um fenômeno multifatorial e alastrado por todo mundo e de forma multifacetada. Se a depressão constitui o transtorno mental que mais contribui para o comportamento suicida, mais de 20% das pessoas que o cometem, adotam tal ação como resposta a doenças crônicas e a experiências traumáticas na infância. Além disto, o consumo de álcool pode intensificar a depressão e este favorecer ao comportamento suicida.
O suicídio causa impacto a todos ao seu redor que irremediavelmente sentem-se culpados, envergonhados e com remorso, por não terem dado a devida atenção ao sujeito. Por outro lado, o sentimento de raiva pode surgir como resposta à sensação de impotência diante do fatídico evento. Em geral, parentes de sujeitos que cometeram o suicídio necessitam de acompanhamento emocional para minimizar o sofrimento físico e emocional e a grande lacuna que o indivíduo deixa.
Identificar o comportamento suicida auxilia a prevenção do ato, por que surgem evidencias de uma crise existencial mediante alguns sinais. Frases como: “não agüento mais”, “eu quero sumir” e “eu quero morrer”, são muito comuns e não devem ser consideradas como “faniquito” ou “piti”. Comportamentos inesperados, estado contínuo de melancolia e ou depressão, comportamento adicto (ou de drogadição), comportamento irresponsável, além de estados inexplicáveis e perpétuos de euforia, sinalizam dificuldade em lidar com estados emocionais profundos, conflituosos e que demandam investimento emocional. Todos estes hábitos contribuem a adoção do comportamento suicida pelo sujeito. O ideal em todos estes casos é conversar com a pessoa e não deixá-la sozinha. Buscar sempre o acompanhamento de profissionais de saúde ou especializados no assunto.
Atentar-se que muitos sujeitos apresentam estados súbitos de melhoria, e, podem neste ínterim, agir contra a própria vida.
O diálogo é a principal ferramenta de auxílio quando vinculado ao não-julgamento e a verdadeira empatia. Não sabendo como lidar com a questão, não deixe a pessoa sozinha ou isolada, comunique a alguém.
A palavra certa pode salvar.
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