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PROFESSOR ANTÔNIO MARON AGLE (*08/04/1929 -I- 04.6.2020)
19 de outubro de 2020 às 17:16
PROFESSOR ANTÔNIO MARON AGLE (*08/04/1929 -I- 04.6.2020)

A morte, inevitável, é a única certeza da vida, parafraseando o filósofo. Não obstante, sempre sentimos a perda daqueles que nos fazem falta. Pois bem, meu mestre de Direito Comercial no curso de graduação em Direito da UFBA, dominava não somente essa disciplina. Era dotado de cultura jurídica polimorfa. Grande orador do Tribunal do Júri, além de poeta bissexto. Ocupou cargos relevantes em nosso Estado. Secretário de Justiça, Juiz membro do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, em vaga reservada ao quinto constitucional da OAB. Discreto no falar, no trato diuturno com os seus alunos, colegas, amigos, agigantava-se em eloquência quando atuava no tribunal do júri. A sua importância para o meio jurídico local, nacional, pode ser medida pelo número expressivo de moções de pesar emitidas por diversas e conceituadas entidades, inclusive, o Instituto dos Advogados da Bahia, onde éramos confrades, e que ele presidiu com a marca indelével da sua rica personalidade. Nasceu em Itabuna, filho do libanês Elias Maron e de D.Mari Maron Agle. Ali, meu ilustre conterrâneo, concluiu seus estudos fundamentais e, vindo para esta Capital, Bacharelou-se em Direito na nossa mais tradicional Escola, logo galgando à docência. Tudo nos unia, a começar pela amizade fraterna de seu genitor com o meu avô paterno, João Possidônio de Oliveira Pinto. Ambos figuraram entre os 32(trinta e dois) fundadores da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, vez que, sob a liderança do Monsenhor Moysés, mítico pároco local, participaram da histórica reunião de 14 de janeiro de 1917 quando “…os presentes colaboraram com a quantia de dois contos seiscentos e sessenta mil réis, valor inicial para iniciar o novo empreendimento” (“Centenário da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna- Um século de bons serviços” pgas.17/18, autoria do médico e historiador, João Otávio de Oliveira Macedo, A5 editor, Itabuna, 2017). Enfim, faço meus os versos do Juiz Antônio Maron Agle Filho:

Foi-se…/Trocou o material pelo etéreo,/ a voz firme e intrépida, pelo silencio introspectivo, mas vigilante./ O abraço vigoroso pelo sopro de vento que afaga./A mão firme pelo balanço nas nuvens./ Os conselhos, pelas vibrantes orações,/ o beijo molhado de bigode largo pelo sussurro./ Tudo por todos…/Todos nós, pelo mundo dele, mundo afora…/ Seu mundo dentro de cada um de nós. Foi-se…”

REQUIESCE IN PACE, querido Mestre…

 

João Augusto Pinto,
Desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia, Mestre em Direito-UFBA, membro da Academia de Letras Jurídicas da Bahia e da ABI-Associação Bahiana de Imprensa.

Texto publicado: Des. João Augusto Pinto